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comandante: Marcelo Visintainer Lopes

segunda-feira, 21 de dezembro de 2020

Travessia Oceânica Floripa - terceira edição em janeiro

Escola de Vela Oceano Florianópolis

Divulgação:


Escola de Vela Oceano - divulgação terceira edição travessia oceânica



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Travessia Oceânica Floripa - segunda edição depoimento Josadaik Alcântara

 Por Josadaik Alcântara Marques


Escola de Vela Oceano - Josadaik Alcântara Marques


O ponto de partida foi Santo Antônio de Lisboa. Neste lugar o estado de Santa Catarina recebeu a sua primeira rua calçada para a visita de Dom Pedro II em 21 de outubro de 1845!

O dia estava lindo, céu azul e com poucas nuvens. Em poucos minutos depois de chegar a Marina deste famoso distrito e de conhecer a tripulação, já estava a bordo do wind34 da Escola de Vela Oceano. Ali começava a nossa aventura de 3 dias.

Em instantes, saímos da ancoragem e aquele monte de cabos difíceis de entender, subiram as velas. O capitão me passou o leme pouco tempo depois disso. Eu não esperava que isso acontecesse tão rápido! Não me recordo se segurei por segundos ou minutos, eram mais de 6 toneladas em minhas mãos.

As minhas pernas tremiam talvez por falta de jeito, equilíbrio, medo ou emoção. Pela primeira vez na vida eu estava velejando! Exploramos o norte da ilha e ancoramos na praia do Tinguá. Depois do almoço fomos rumo a Ilha do Arvoredo no contra vento. Por conta do tempo, voltamos para a ancoragem do Tinguá antes do pôr do sol.

Esta seria a minha primeira noite a bordo de um veleiro. Em tempos de crise hídrica e muito desperdício na ilha de Florianópolis, tomei banho sem sabonete e com menos água que uma descarga do meu banheiro em terra.


12 de dezembro de 2020

Não sei se cheguei a dormir mas acordei mais leve e com 28 anos, vencia no dia anterior os temidos 27 anos num ano que será muito difícil de esquecer.

Depois de velejar pela manhã, tivemos um almoço tranquilo ancorados na paradisíaca Ilha do Campeche acompanhados de várias aves. Naquela tarde o tempo virou, começa a se formar uma tempestade. Recolhemos as velas e costeamos pelo leste da ilha rumo ao sul em busca de abrigo. A formação das nuvens carregadas era espetacular, a chuva era forte e fria, a noção de tempo ficou arrastada, era difícil olhar pra frente.

A mesma tempestade com ventos de 40 knots que pegou de surpresa os barcos que faziam a volta a ilha naquele dia, também formou cachoeiras na costa leste ainda muito bem preservada. Árvores centenárias gigantes podiam ser vistas por onde o homem ainda não passou. Navegávamos próximos as imensas formações rochosas de milhares de anos cobertas pela frágil e cobiçada mata atlântica.

 

Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, imagens, livros ou TV. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu. Para um dia plantar as suas árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para desfrutar o calor, e o oposto. Sentir a distância e o desabrigo para estar bem sob o próprio teto. Um homem precisa viajar para lugares que não conhece para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como o imaginamos, e não simplesmente como é; que nos faz professores e doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos, e simplesmente ir ver“. Amyr Klink

A recompensa veio rápido, a natureza que nos testou com uma tempestade também nos presenteou mais uma vez com um grupo de baleias que aparecia no fim daquela tormenta. Esqueci do cansaço e do frio, um bando de 30 réis perseguia um cardume de peixes. Fomos rumo ao Ribeirão da Ilha com este cenário como pano de fundo, passando por outros veleiros, ilhas, redes e barcos pesqueiros.


13 de dezembro de 2020: dia do marinheiro

Na segunda noite a bordo, o barco balançou muito mais, o cansaço me fez ter a melhor noite de sono a bordo (2/2). Me senti como numa rede pendurada em uma árvore.

No dia do marinheiro acordamos cedo e enfrentamos o contra vento para completar a volta a ilha. Passar debaixo do principal cartão postal da cidade que moro, foi muito gratificante. A polêmica e imponente ponte Hercílio Luz.

O primeiro fio de cabelo branco pode aparecer no meio daquela semana aleatória da sua vida. Andar, nadar, falar, são coisas que não acontecem da noite para o dia. Os momentos mais marcantes da nossa vida não acontecem necessariamente no dia do nosso aniversário. O dia 11 de dezembro de 2020 acidentalmente ou não, certamente ficará marcado como o dia em que comecei a velejar.

  

Capitão: Marcelo Visintainer Lopes

Tripulação: Flávio Jardim, Gabriel Soares Miranda, Josadaik Alcântara Marques, Leonardo Carpeggiani, Rodrigo Machado

“Não podemos dirigir os ventos mas podemos ajustar as velas do nosso barco”.

 

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Travessia Oceânica Floripa - segunda edição depoimento Rodrigo Machado

Escola de Vela Oceano Florianópolis

Por Rodrigo Machado


Escola de Vela Oceano - Rodrigo Machado no leme com a Praia da Joaquina ao fundo


Hoje vou relatar a minha experiência na última travessia oceânica realizada pela @escoladevelaoceano no veleiro wind34 oceano VI.

O ponto de encontro foi na Marina de Santo Antônio de Lisboa - Florianópolis (11/12) às 10h da manhã para uma velejada de três dias pela costa de Santa Catarina - SC, com os experientes velejadores Marcelo Visintainer Lopes e Flávio Jardim. O dia ensolarado e com bons ventos, na real eu não sabia o que me esperava, pois seria a minha primeira experiência de três dias a bordo em um veleiro.

Os dias foram cheios de aprendizados e técnicas para navegação com o instrutor Marcelo, muita conexão com a natureza, belas paisagem e muitas histórias contadas por todos tripulantes da viagem, especialmente pelo capitão Flávio, que já fez a volta ao mundo em um veleiro. 

Passamos por uma chuva forte, tempestade,  ondas grandes, vento forte e muitas situações extremas que não esperávamos. Mas tudo foi divertido e resolvido com muita sabedoria.

A experiência foi tão incrível, que depois de uma forte chuva, vimos centenas de pássaros mergulhando no meio do mar para se alimentarem em meio a um enorme cardume de peixes, e isso atraiu algumas baleias e golfinhos para fechar o espetáculo com chave de ouro. E os dias e horas passarem que eu nem percebi. Fiz novos amigos, vi centenas de estrelas de dentro da minha cabine, lindos nasceres e pores do sol que tornaram a experiência ainda mais  inesquecível! 

Com toda certeza repetirei a doze velejando pelo mundo!!



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Travessia Oceânica Floripa - segunda edição depoimento Leonardo Carpeggiani

Escola de Vela Oceano

Novos rumos

 

Por Leonardo Carpeggiani




Escola de Vela Oceano - Dr. Leonardo Carpeggiani contemplando a Praia da Joaquina


 

 

Como alguns sabem, estou um tanto acostumado à vida em contato com o mar, surfar por horas, velejar, pescar, entre muitos outros contatos com o Rei Netuno. Mas este programa que conheci agora, é algo que recomendo para qualquer perfil de pessoa! Do mais aventureiro, às pessoas mais tranquilas… Com amigos ou quem quer estar sozinho, pelo simples fato de querer, verdadeiramente, se sentir parte integrante da natureza.

Faz poucas horas que pisei em terra firme, após três dias de Navegação Oceânica, em uma Volta à Ilha da Magia, mas não foi um simples final de semana em um Veleiro.

Foi uma verdadeira experiência de vida e de aprendizado, que precisa ser vivido.

Não, não cruzamos um oceano em três dias, mas as experiências vividas nessa travessia e as histórias contadas, me mostraram o que tem e o que vem pela frente.

O objetivo era aprender a arte de velejar e suas artimanhas, mas saí cheio de sonhos e vontade de desbravar o mundo, sob outro ponto de vista, agora, olhando do mar para terra.

Capitão Marcelo Visintainer e Capitão Flávio Jardim compartilharam suas experiências de viagens e o alto conhecimento da arte da vela, cada dia em um lugar e uma nova lição, desde a mais simples como economia de água e não menos importante, até a mais complexa, de baixar as velas e aceitar o que a natureza te impõe e não tão simples assim.

Ser capitão é fazer do entusiasmo sua principal ferramenta de trabalho, apontar caminhos e percorrê-los à frente.

É aprender, é ser o primeiro a despertar e o último a repousar.

É fazer o difícil parecer fácil e o fácil parecer importante. É proporcionar confiança ao inexperiente e ao experiente, o entusiasmo ao iniciante. É não se deixar abater e manter a serenidade, sentido que a sua vida é estar ali: no mar.

 

Obrigado Tripulação!

Capitão Marcelo Visintainer Lopes

Capitão Flavio Jardin

Gabriel Soares Miranda

Josadaik Alcântara Marques

Rodrigo Machado



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quarta-feira, 16 de dezembro de 2020

Travessia Oceânica em Floripa - relato da segunda edição

Travessia Oceânica em Florianópolis

Experiências que ficam para a eternidade!!


Escola de Vela Oceano – tripulação

Imagens: todos os tripulantes documentaram

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Texto: Marcelo Visintainer Lopes

Instrutor de Vela

Escola de Vela Oceano

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Veleiro Oceano 6

Travessia Oceânica com Flávio Jardim e Marcelo Lopes

Dia da saída: sexta, 11 de dezembro

Hora da saída: 10h45

Tripulação: Gabriel Soares, Leonardo Carpegiani, Rodrigo Machado e Josadaik Alcântara Marques.

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Uma travessia à vela não começa quando deixamos a poita e sim nas semanas que antecedem a saída.

A preparação envolve muitas revisões e toda antecedência é bem-vinda.

Já deixei o casco limpo e revisado duas semanas antes, assim como os principais abastecimentos de diesel, água dos tanques, água potável, gás de reserva e provisões secas.

No momento do embarque levei comigo apenas uma pequena mochila de roupas e os congelados e resfriados.

A previsão do início da semana não era das melhores, mas com o passar dos dias ela foi melhorando e culminou com tempo bom e a presença dos ventos de NE.

A ideia do primeiro dia era velejar contra o vento e procurar um pernoite tranquilo ao norte.

O vento soprou de N a NE (15/18 nós – 30 a 36 km/h) e a previsão era de uma velejada 6 a 8 horas de duração.

Partimos de Santo Antônio de Lisboa rumo à Ilha do Anhatomirim e depois de algumas cambadas com mar de proa alcançamos o abrigo da Enseada da Armação (Gov. Celso Ramos).

Ancoramos por alguns minutos na Praia do Tinguá para saborear um delicioso arroz cremoso com frango desfiado e linguiça Blumenau.

Durante todo o trecho até o Tinguá a maré estava enchendo, fazendo com que a nossa velocidade diminuísse.

O mar estava NE e ENE com menos de 1m e período curto (6”) com ondas de vento vindas de NE e desencontradas.

A temperatura ficou entre os 25° a 28°, mas com sensação térmica mais fresca por causa do vento contra (21°). 

O clima era perfeito para velejar e ouvir as fantásticas histórias do Flávio Jardim em suas experiências da volta ao mundo e também na sua epopéia de velejar do Chuí ao Oiapoque de windsurf.

Quando Flávio descansava um pouco a sua garganta eu entrava com o meu conteúdo, demonstrando as técnicas que permitem combinar performance, menor desgaste do equipamento e o conforto da tripulação.

Muita gente acha que é impossível administrar estes fatores ao mesmo tempo, mas na velejada de cruzeiro isto é totalmente viável.

Não estamos competindo contra ninguém e sim administrando o melhor resultado de velocidade com o menor esforço do equipamento.

É por isto que prefiro velejar por algumas horas e sentir as condições do mar, antes de definir o destino.

Sei que nem sempre isto é possível em uma travessia, mas na nossa velejada aqui em Floripa, decidimos sempre pela melhor rota. 

Nunca saio com um plano completamente pronto, pois as condições mudam muito ao longo do dia.

Minha flexibilidade vai do plano A ao Z e sempre colocamos o bem estar da nossa tripulação em primeiro lugar.

Tínhamos seis letras do alfabeto para utilizar no primeiro dia: Ilha do Arvoredo, Zimbros, Porto Belo ou voltar para o Tinguá, Baia dos Golfinhos ou Baia de São Miguel.

Após o almoço seguimos por duas horas rumo ao Arvoredo e em função do estado do mar e do aumento do vento, decidimos voltar e pernoitar no sossego do Tinguá.

Estávamos a uma milha de distância do Arvoredo quando tomamos esta decisão e o retorno foi com ondas e ventos favoráveis.

Ancoramos no Tinguá e logo colocamos os SUPS na água. Dois foram remar e o resto foi nadar.

Fiquei por ali preparando a nova churrasqueira do Oceano VI (3 x maior do que a antiga).            

Escola de Vela Oceano – final de tarde no Tinguá
Escola de Vela Oceano – Praia do Tinguá

No sossego do Tinguá, além das diversas lanchas, estavam o Veleiro Pangeia do Betão (também daria a volta da ilha) e o Veleiro Joca do João, ambos meus vizinhos da Marina Santo Antônio.

Dormimos antes das 22h, pois estávamos exaustos e de barriguinha cheia.

A noite foi muito tranquila e com o mar liso igual a uma lagoa. Parecia até a cama lá de casa que não balança.

Acordei cedo para ver o sol nascendo e em seguida preparei o café da manhã.

Levantamos âncora às 8h e o vento NE já soprava com boa intensidade (10/12kt).

Com a proa na Ponta do Rapa (ponto mais extremo ao N da Ilha de Santa Catarina), seguíamos firmes na intenção de dar a volta na ilha.

As condições estavam bem favoráveis para a missão se completar com sucesso.

Muitas vezes eu cheguei lá fora e acabei mudando de planos por falta de boas condições.

A velejada seria com vento de popa pelo lado de fora da ilha e vento contra pelo lado do mar de dentro.

A previsão para os dois dias finais não baixava dos 18kt e acabou dando até mais que isto, com rajadas passando dos 22kt.

O sol novamente marcou presença e a temperatura continuava agradável.

Contornamos a Ponta do Rapa, deixamos a Praia Brava e os Ingleses por boreste e rumamos em direção à Ilha do Campeche utilizando o pau de spi para armar a genoa para o lado contrário da vela grande (asa de pomba).

Escola de Vela Oceano – Pta dos Ingleses no BE e Ilhas das Aranhas na proa

O barco voava naquele mar verde e quase liso.        

Com uma ondulação pequena e com ventos constantes o barco fazia médias superiores a 6,5kt, chegando a picos de 9kt quando o vento aumentou próximo do meio dia.

Passamos encostados na Barra da Lagoa e na Praia Brava e de sobra entramos Joaquina a dentro para dar uma curtida no visual.

Chegamos ali pertinho da pedra e logo atrás da arrebentação.      

Escola de Vela Oceano – Praia da Joaquina
Escola de Vela Oceano – Joaquina na popa

                          

Fizemos umas fotos históricas colados na praia e rumamos para o Campeche que nos aguardava para o almoço.

Chegamos à ilha às 12h45 e comecei o almoço com uma entradinha de pepino japonês e com o prato principal de arroz branco e carne assada.

Enquanto isto, no horizonte ao SW uma grande formação escura se aproximava…

Os primeiros barcos da regata de volta da ilha já haviam passado pelo Campeche e os retardatários vinham bem atrás. Alguns não haviam sequer contornado a Lagoinha do Leste.

Minha esposa ligou de Garopaba dizendo que havia entrado um forte temporal vindo de SW e então presumi que aquela nuvem que eu estava visualizando não era uma coisa isolada…

Terminei de organizar a cozinha para nada voar ao chão e aceleramos forte para buscar abrigo na Praia da Armação.

Realizamos todos os procedimentos de tempestade e seguimos voando contra o tempo.

Os procedimentos mais comuns são: baixar vela grande e amarrar bem para que não corra o risco de abrir, enrolar a genoa bem apertada e colocar pelo menos um cabo de segurança acima das escotas (enrolar uma ou duas adriças cruzadas também ajuda bastante), vestir roupas de tempo, lacrar vigias e gaiutas, fechar registros, guardar tudo o que possa cair dentro do barco, cintos de segurança ligados à linha de vida e aí vai…

Escola de Vela Oceano – tempestade se aproximando

Escola de Vela Oceano – tempestade em cima

O Betão do Pangeia vinha logo atrás e mais por fora do Campeche e recém havíamos falado da possibilidade de aproximação da nuvem de vento.

Ele estava com a proa lá para os lados das Moleques do Sul e ali permaneceu, pois não haveria tempo de buscar abrigo.

Estávamos a apenas duas milhas da Armação quando a nuvem chegou trazendo o vento forte.

A chuva forte tocada com vento chegou parecendo tiros de calibre 22mm.

Mal dava para ficar de olhos abertos. Só de óculos para suportar!

Escola de Vela Oceano – rumo à Lagoinha depois da primeira acalmada

Seguramos no motor atrás do costão da praia do Matadeiro por quase uma hora.

Ficamos indo e voltando, comendo e conversando enquanto assistíamos aquele belíssimo espetáculo da natureza.

Enquanto isto, lá fora, os barcos menores da regata lutavam para resistir à força dos ventos. Alguns sem velas, outros velejando com as genoas semi abertas e outros motorando com as genoas batendo por não terem sido enroladas a tempo.

As rajadas em mar aberto alcançaram os 42kt (medido), mas na aceleração da descida nos costões, tranquilamente alcançaram os 50kt (observado).

A água do mar era sugada para cima formando pequenos redemoinhos.

Estávamos em uma situação bastante confortável abrigados das ondas de vento, mas não podíamos dizer o mesmo dos nossos amigos da regata.

O vento deu uma trégua e avançamos uma enseada em direção ao sul, como se fosse uma jogada de xadrez.

Conseguimos alcançar a Lagoinha do Leste.

Que lugar lindo!

A formação de pedras e a altura dos costões não se parecem com nada que a gente vê em toda volta da ilha.

A praia é uma das mais bonitas da região e o acesso é feito por trilhas ou por barcos.                           

Escola de Vela Oceano – costão sul da Lagoinha

Dali dá para contemplar bem de frente as Moleques do Sul que são as ilhas mais afastadas do extremo SE da Ilha de Santa Catarina.

Esperamos mais uma baixada do vento e tocamos pau no motor rumando para as Ilhas Irmãs que ficam entre o Pântano do Sul e a Praia dos Naufragados.

De genoa aberta e motor ajudando a empurrar, vencíamos pouco a pouco aquelas ondas curtas e picadas que vinham do sul.     

Escola de Vela Oceano – genoa e motor para vencer o costão do Pântano

Muitos barcos de pesca aproveitaram o embate das Ilhas Irmãs (Irmã do Meio é a mais abrigada) e ali permaneciam fundeados.

Um show aéreo nos aguardava próximo ao costão dos Naufragados.

Eram os Trinta Réis enlouquecidas em cima de um cardume gigante.

Eram centenas e centenas… Dizem os especialistas de plantão que os peixes maiores estavam caçando os menores e estes buscam a superfície para fugir dos predadores de baixo.

Mal sabem eles que os predadores dos céus estão ali esperando a oportunidade…

A natureza é mesmo perfeita!

Como se não bastasse o show aéreo da pesca frenética dos Trinta Réis começaram a surgir diversas baleias em frente ao mesmo costão.

Eram muitas e muitas. Uma inclusive nos acompanhou a menos de 20m do barco.

Não conseguimos identificar a espécie. Eram quase do tamanho do barco e possuíam uma pequena quilha (parecida com uma prancha) sob o dorso.

Vimos outra espécie de baleia passando na nossa popa, mas também sem sucesso de identificação.

É muito difícil de descrever a sensação de pertencimento.

A natureza e nós, nós e a natureza. Como se fôssemos um só!

Depois daquela velejada fantástica de asa de pomba voando até a Ilha do Campeche e depois do espetáculo proporcionado pela tempestade, mais uma obra de Deus, bem ali ao nosso lado!

Vivenciamos e assistimos de camarote tudo aquilo!

Para completar, cruzamos com o Pangeia próximo das Irmãs e entramos praticamente de mãos dadas no canal da barra sul.       

Escola de Vela Oceano – Pangeia no Farol dos Naufragados – barra sul

         

O vento ainda de sul já dava sinais de que iria parar. Era só uma grande trovoada e logo o vento nordeste voltaria a atuar.

Betão do Pangeia foi na nossa frente mostrando que iria fundear no Saco da Caeira (logo na entrada da barra sul) e ali ficamos juntos até o amanhecer.

O canal de acesso ao Saco é bem encostado nas pedras e depois ele abre um pouco.

O local é uma pequena e rústica vila e é a última comunidade antes de iniciar a trilha da Praia dos Naufragados.

Foram 10 horas muito intensas neste segundo dia e a tripulação estava exausta.

Não precisei nem ir para a cozinha preparar o jantar.

Servi pães e patê, cerveja e vinho (levado pelo tripulante Rodrigo).

A Caeira não é o melhor abrigo das ondinhas noturnas de NW, mas mesmo assim foi uma noite bem dormida.

Acordamos cedo e partimos por volta das 7h30 da manhã.

Retornamos pelo canal secundário para depois acessar o canal principal. O lugar é fundo, mas possui muitos bancos de areia bem ao lado e se sair do canal encalha.

Consultei a tábua de maré que marcava 0,0m e então decidi cruzar por cima do banco de areia.

Preparei a tripulação para um possível encalhe e fiz todos sentarem.

Encalhar ali com aquela maré me dá condições de passar por cima do banco com a maré cheia e foi o que eu fiz: demos uma tocadinha no fundo de areia e saímos de ré com todo mundo na borda!

Agora a experiência estava completa!

Saímos do encalhe em menos de 30 segundos e logo retornei para o canal junto às pedras.

Uma experiência de encalhe e desencalhe não tem preço!

Sempre que a condição permite eu tento encontrar um baixio para proporcionar esta experiência transformadora.

A maré estava totalmente seca e começaria a subir em pouco tempo. Se fosse com a maré vazando eu deixaria o exercício para outro momento mais propício… kkkk

Os futuros velejadores precisam perder o medo de encalhar e precisam conhecer as técnicas básicas de desencalhe.

A partir da Ilha dos Cardos não existem mais bancos para o lado do continente. Problemas só para o lado da ilha, entre a Tapera e a Ponta Caiacanguçu, com banco de pedras e baixios…

Nosso destino estava bem na direção do vento e por isto começamos a bordejar nos extremos entre ilha e continente.

O vento NE soprava com rajadas entre 18 e 20kt com ondas curtas e pequenas, mas que davam um banho de vez em quando…

Ainda tínhamos mais umas 7 horas de contravento forte pela frente!

Conforme nos aproximamos do Ribeirão da Ilha as ondas foram diminuindo e a velejada ficou bem menos molhada.

Deixamos a Laje do Cação e a Ilha do Largo por bombordo e rumamos para a Baia da Palhoça.

La dentro da baia cambamos novamente para as proximidades do banco Tipitinga que fica em frente ao Saco dos Limões (próximo do aeroporto de Floripa).

Cambadas do continente para a ilha e da ilha para o continente persistiram pelas quase 5 horas da velejada pelo mar de dentro até as pontes.

Nas proximidades de São José e já bem próximos das pontes realizamos diversas cambadas não programadas para evitar as redes de pesca.

Pela frente mais um desafio: com a maré enchendo e com o vento NE soprando forte, a força da correnteza de maré em baixo das pontes é absurda.

Escola de Vela Oceano – motor e vela para vencer a forte correnteza

Ali em baixo das pontes e nas proximidades é muito fundo e beira os 30 metros.

O vento estava bem na cara e então pedimos a ajuda do motor, pois sem ele seria impossível andar para frente.

Verdade!

Não conseguiríamos avançar se não fosse a combinação de velas e motor!

Não é em todo lugar que acontece este fenômeno, mas nas entradas de barra é bem comum.

De baixo da ponte Hercílio Luz até Pedras de Fora (na beira mar norte logo em seguida do corpo de bombeiros, passamos por uma condição nervosa de águas revoltas de maré (quase uma pororoca).

Das pontes para o norte a condição ficou muito mais dura, com ondas maiores, mais picadas e totalmente desencontradas.

Mais um desafio pela frente!

Estamos acostumados com desafios!!

Chegamos na Marina Santo Antônio às 14h30, depois de 7 horas de contravento!

Tripulação feliz, com o sorriso estampado no rosto e aquela sensação de dever cumprido.

Escola de Vela Oceano – brinde da missão cumprida

Velejamos aproximadamente 120 milhas e pegamos quase todas as condições possíveis no caminho (só faltou um mar gigante).

Experiências assim não tem preço e é exatamente para isto que nos propomos a realizar este tipo de velejada!

A terceira edição já tem data e hora para ocorrer!

Está marcada para os dias 15, 16 e 17 de janeiro e as inscrições já estão abertas!

Corre lá e garante uma vaga antecipada até o dia 31 de dezembro com desconto de R$ 500,00.

Até a próxima!


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