Baterias & Veleiros
Energia a bordo
Por Marcelo Visintainer Lopes
Escola de Vela Oceano
Virou o arranque e não tinha ninguém em casa?
Quem nunca?
Baterias comuns costumam durar muitos anos, mas não são eternas.
Se derem de algum tipo de aviso, aproveite e coloque novas.
Nem pense em dar uma esticadinha na sua vida útil, pois deixarão você na mão mais uma vez.
Se o aviso for precoce (bateria ainda nova) é muito provável que o problema esteja no alternador.
Não substitua a bateria. Chame um técnico ou retire o alternador e leve-o até uma oficina.
O banco de baterias do veleiro deve ser dimensionado para dar conta de todos os instrumentos e equipamentos nas 24 horas do dia (com no mínimo 100% de sobra).
O consumo médio varia muito de veleiro para veleiro, mas vou exemplificar com valores entre 10Ah e 15Ah (ampères-hora).
- 10Ah x 24h = 240A - O tamanho mínimo do banco será 480A.
- 15Ah x 24h = 360A - O tamanho mínimo do banco será 720A.
Veleiros com motor de centro produzem sua energia através do alternador.
Ele também é responsável por carregar as baterias, mas é importante ressaltar que a forma “rápida” com que carrega, eleva a temperatura interna e deteriora prematuramente as placas.
Pensando nisto, somado ao desgaste do motor e no consumo de combustíveis fósseis é que devemos buscar outras formas alternativas de geração de energia.
Geradores eólicos conseguem produzir quase toda a nossa energia do dia, mas dependem do ângulo e da velocidade do vento para cumprir essa tarefa.
Os hidrogeradores estão no topo da lista de eficiência energética, porém com um custo bem superior se comparado com as placas solares.
Embora não gerem energia limpa os geradores auxiliares (diesel e gasolina) dão um excelente suporte na geração de energia para equipamentos de grande consumo.
Alguns modelos possuem carregador de bateria integrado e os demais necessitam de um carregador ligado a ele.
Em dias nublados e chuvosos as placas diminuem em até 90% sua eficiência, assim como os geradores eólicos nas zonas de calmaria.
É por esta razão que os geradores auxiliares e o alternador do motor se tornam imprescindíveis.
Quando pensamos no tipo ideal de bateria para compor o nosso banco, devemos levar em conta a utilização do veleiro.
Seu barco é do tipo que veleja bastante ou fica mais tempo parado?
Esta informação determina a escolha pelas baterias comuns (automotivas) ou pelas estacionárias.
As baterias comuns são mais baratas e a sua vida útil é muito interessante.
A dica para aumentar a sua vida útil é não deixar baixar mais do que mais que 10% da sua carga total. Elas não foram desenvolvidas para perder muita carga como as baterias estacionárias.
Outro detalhe importantíssimo é que elas foram criadas para situações de constante movimento, propiciando a mistura dos líquidos internos (água e ácido).
Com os constantes movimentos do veleiro, o ambiente de mistura destes líquidos se aproxima muito dos automóveis, o que acaba sendo benéfico.
Barcos que ficam parados por longos períodos produzem um efeito de separação da água e do ácido.
O mesmo serve para barcos que velejam em águas muito abrigadas e sem ondas.
Este efeito faz com que a bateria perca a capacidade de gerar picos de energia para o arranque e também leva à degradação prematura.
Embora as baterias estacionárias possuam um ciclo de vida maior, a composição de seus líquidos internos foi desenvolvida para que fiquem imóveis.
Seus líquidos ficam presos entre mantas de microfibra de vidro e o efeito de separação dos líquidos é reduzido.
As estacionárias podem perder até 80% da sua carga sem prejuízo na vida útil e isto é uma grande vantagem em ralação às automotivas.
Se o seu barco permanece longos períodos parado, não possui fontes alternativas de energia ou veleja em águas lisas, a bateria estacionária pode ser vantajosa.
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